A mais recente pesquisa da Abrasel aponta que mais da metade (54%) dos negócios participantes não obtiveram lucro em maio: 19% operaram em prejuízo e 35% ficaram em equilíbrio. Os outros 46% conseguiram lucrar.
As margens de lucro, ainda assim, são pequenas. A pesquisa também aponta que 43% dos estabelecimentos não conseguiram aumentar os preços nos últimos 12 meses, sendo que 40% realizaram ajustes conforme ou abaixo da inflação.
A situação pode se agravar ainda mais, tendo em vista que, na regulamentação da reforma tributária, se discute a adoção de alíquotas mais altas para produtos muito consumidos em bares e restaurantes, como as bebidas adoçadas.
Juliana Mota, presidente da Abrasel em Santa Catarina, demonstra preocupação com o resultado. “O resultado da pesquisa é alarmante, principalmente no momento atual. Muitos estabelecimentos ainda se recuperam dos danos da pandemia, não conseguindo uma boa margem de lucro em meio ao aumento de preço de diversos insumos. E a preocupação cresce por conta da discussão acerca do aumento das alíquotas para bebidas açucaradas - que são muito consumidas em bares e restaurantes. Isso pode agravar, e muito, o resultado dos próximos meses e prejudicar todo o setor”, relata.
Preocupação a nível nacional
Paulo Solmucci, presidente da Abrasel Nacional, considera que medidas como a das bebidas açucaradas podem trazer impactos graves para o setor, já fragilizado, e aponta contradição na decisão. Segundo ele, não faz sentido o açúcar ser considerado vilão quando usado em bebidas, já que não é taxado na cesta básica por, nesse contexto, ser tido como item essencial.
“Precisamos de medidas que incentivem a recuperação e não que penalizem ainda mais quem já está fragilizado", reforça Solmucci.